domingo, 25 de setembro de 2016

Capítulo 6 - Academia Flare! Sonho ou Pesadelo?

Desviando um pouco das atenções com a confusão em Lumiose, vamos nos direcionar para uma espécie de base militar em uma ilha próxima à região de Kalos.
Na construção semelhante à uma prisão murada, alguns jovens vestidos de preto treinavam com seus pokémon, ordenando ataques em alvos de madeira.
— Furfrou, charge beam! — Uma garota de cabelos marrons ordena que o pokémon em sua frente, uma espécie de cachorro de penteado rebelde, atire no alvo mais próximo.
~Frou! — O cão armazena energia em forma de esfera em sua boca e, em seguida, a dispara.
O alvo é atingido, porém, o raio volta para seu remetente, como um bumerangue.
— Desvie, rápido! — A garota ordena tarde demais, tendo seu pokémon atingido pelo próprio ataque. — Furffy, não!!!
O chamando pelo apelido, a jovem corre até seu mascote, que padecia no chão, bastante machucado.
Pardon, meu amigo, s’il vous plait! Eu não deveria estar usando você nesses exercícios cheios de armadilhas, não consigo o treinar bem, nunca deveria ter lhe escolhido para isso… — Agachada, a garota se lamenta com seu pokémon, o acariciando, e deixando cair uma lágrima de seus olhos.
— Frou! — Com muito esforço, Furffy se levanta, apontando com o focinho para sua dona olhar para trás.
— Senhorita Robin! — A voz grossa vinda de um homem negro de roupas laranjas faz a menina tremer, obrigando-a a se virar e levantar rapidamente, colocando a mão na testa como sinal de obediência.
Oui, monsieur! — Ela se paralisa.
— Mais uma vez chorando por causa de um bicho medíocre, não é? Temos dezenas de Pokémon como este, trate de deixar de frescuras e se comporte como uma Flare de verdade!
— Não irá acontecer novamente, monsieur… — Ela abaixa a cabeça, Furfrou de seu lado.
— Assim espero, porque, caso continue, terei de tirar esse pokémon de você. Um dos princípios para ser uma de nossas recrutas, é cortar qualquer tipo de afeto com o pokémon recebido.
— Isso não será necessário, pode ter certeza.
— Humph… Vou lhe dar esse voto de confiança. Agora trate de treinar novamente, se quiser passar no teste. Apenas os úteis à nossa ordem serão salvos. — Falando isso num tom sério, o homem vira as costas para a garota e caminha em direção à construção principal do local, uma especie de diretoria.
Enquanto recolhia seus equipamentos e os colocava em sua mochila, acariciando furfrou, alguém rouba a atenção da jovem.
— Ora, ora, se não é a caipira e seu vira-latas. — Uma loira vestida com o uniforme dos alunos, acompanhada de um cão de pelos brancos e chifre azul, provoca a colega. — Shauna Robin, a mais fraca dos alunos da Academia.
— O que você quer, Astrid? Me deixe em paz! —  Shauna corre para uma das cabanas do lugar, seguida por seu furfrou.
— Isso, fuja, pode fugir. Eu ainda vou acabar com você!
Já em seu quarto, ela tira seu uniforme e coloca sua roupa preferida: uma blusa rosa e shorts escuros.
— Ufa, agora sim, estou confortável.
~Furfrou!
— Ah, Furffy, queria tanto fazer aqueles penteados bonitos que a gente vê na tv em você… Mas se você aparecesse lindinho pro chato do General Montgomery, ele iria te levar de mim sem pestanejar. Só você e eu sabemos a amizade que construímos em tão pouco tempo. Você é minha única companhia, desde que me mudei pra cá, mamãe nunca me visitou, só se importa com o tal projeto importante que está trabalhando.
~Frou, frou! ~O cãozinho encosta sua cabeça na perna de sua dona, recebendo um carinho dela.



— Bem, vamos deixar de tristeza. — Ela impede uma lágrima de cair de seu olho — Já que não posso te enfeitar, ao menos irei cuidar do seu pelo! Hora do banho!
Shauna vai até seu guarda-roupa e retira de lá um avental branco, o vestindo. Depois, pega alguns cremes e shampoos, além de uma escova, de um armário velho. Enche uma bacia de água, e pronto: estava tudo preparado para a seção de beleza de Furffy.
(Ignore o penteado do furfrou)


Primeiro, ela coloca o cão em pé na bacia com água, para não sujar o quarto. Colocava um pouco de cada creme na mão e esfregava os produtos em seu bichinho, o deixando cheio de espuma. Enquanto esfregava, os dois jogavam água um no outro, se divertindo bastante. Depois de Furfrou ficar todo ensaboado, era hora de tirar os produtos e secar todo seu pelo com uma toalha. Agora, é hora do secador entrar em ação!
Com o pelo seco, furfrou fica parecendo um dançarino dos anos 70 de cabelo black power, arrancando boas risadas de Shauna. Estava pronto para ser escovado com muito carinho.
Depois de tudo isso, Furffy parecia um Pokémon da realeza, com um pelo quase cegante de tão brilhante. Passar a mão naquela fofura sedosa fazia Shauna se sentir nas nuvens.
Por ter se comportado bem durante o banho, Furffy merecia comer um pouco de sua ração favorita!
— E aí, amigo, sua comida está gostosa?
~Frou! — Furfrou acena com a cabeça, confirmando.
— Que bom! Hey, eu estava me lembrando, ouvi uns garotos conversando sobre um novato que chegará hoje aqui na Academia! Será que ele é legal?
~Frou? — O cachorrinho descansa sua cabeça no ombro, como se quisesse dizer que não sabia.
— Seria um sonho se ele gostasse de furfrou e se tornasse nosso amigo, já que somos bem solitários e-- — Shauna interrompe a si mesma quando ouve um grito vindo de fora.


(Já pode parar a música.)

Ela vai até a porta e a abre, se deparando com a imagem de um garoto, aparentemente tímido, de cabelo verde e roupas claras, levando um sermão do General Montgomery.
Pardon monsieur, não era minha intenção esbarrar no senhor!
— Claro que não era, seu idiota! Alguém teria de ser muito louco para me derrubar de propósito!
— Vixe… parece que esse garoto não vai ter uma jornada nada fácil aqui. — Shauna deduz, prevendo um futuro nada distante.


Capítulo 6 - Academia Flare! Sonho ou Pesadelo?
Temporada 1 - Arco 1


Enquanto isso, na cidade de Vaniville, Yvi acabara de se deitar para dormir. Rezou a Arceus por seus pais e pegou no sono, mas sua mente estava muito agitada aquela noite.
Dentro de um sonho, ela parecia flutuar nos céus sobre uma cadeia de montanhas. Um lugar paradisíaco de um silêncio perturbador. A sensação que a menina tinha era de habitar o nada, seus cabelos eram levados pelo vento que não fazia barulho algum. Ela se sentia como se estivesse no fundo do mar, quase sem poder respirar.
”...Onde será que estou?” — Ela pensa, já que sua boca não emitia som algum.
De repente, uma imagem começa a se formar na sua frente, um carro caindo em um penhasco profundo com duas pessoas dentro: um homem e uma mulher.
“N-não pode ser… essas pessoas… são meus pais!! — Ela começa a chorar, lembrando do dia em que recebeu a notícia de que seus pais tinham morrido. — Preciso acordar, preciso acordar!”
Enquanto beliscava a si mesma para tentar acordar do pesadelo, Yvi escuta um barulho semelhante ao de uma águia, que rompe o silêncio do lugar. É então que um pássaro vermelho em forma de Y surge e começa a voar ao seu redor. Ela sentia que a ave olhava intensamente para si, como se lhe quisesse pedir ajuda.
O céu começa, então, a ganhar um brilho especial, que ganha espaço ao mesmo tempo que raízes começam a surgir das nuvens, formando grandes árvores cheias de vida. A paisagem, aos poucos, se transforma numa floresta de um verde intenso. As nuvens dão lugar a um chão de terra cheio de folhas caídas. Yvi para de flutuar e pousa os pés, sendo acompanhada pela ave, que pousa ao seu lado.
Dos arbustos, uma espécie de veado com chifres coloridos e ar imponente surge com um garoto montado em si.
O Pokémon para, deixando que Yvi o observasse mais de perto. Porém, assustada, ela apenas consegue reparar no rosto do cavaleiro, que não podia ser visto devido à luz solar que lhe era refletida. O garoto, então, desce do veado, caminhando em sua direção. Mas, mesmo assim, a luz parecia lhe acompanhar, continuando a impedir a visão de Yvi.
“Por que não consigo ver seu rosto?”
Não encontrando resposta para sua pergunta, ela resolve se deixar levar pelo que iria acontecer: a figura para em sua frente e lhe estende a mão, como um sinal de levá-la para algum lugar. Sem opções, sendo observada pelos dois Pokémon, ela dá a mão ao garoto de rosto iluminado, que a leva pela floresta até um lugar inusitado: a ponta de um penhasco. Yvi estava no lugar onde seus pais tinham morrido. O cavaleiro aponta para a profundidade do penhasco, mais precisamente para seu ponto final. Lá, os destroços desgastados do que um dia havia sido um carro padeciam.
Ela segue o braço do garoto, observando a paisagem nada agradável que lhe fazia engolir em seco.
“Então foi aqui… que tudo aconteceu.”
Depois de focar sua atenção por uns segundos na imagem, os dois ouvem os ruídos dos dois bichos. Quando se viram, nenhum ser ali estava, apenas uma árvore estranha e uma espécie de casulo enfeitavam a paisagem.                               
“O-onde estão aquelas criaturas?”
Seus pensamentos são interrompidos por um puxão em seu braço, o garoto que a acompanhava tinha saltado do penhasco e lhe queria levar junta.
Yvi gritava enquanto caía, desesperada para que aquele pesadelo acabasse o quanto antes. Ela não gostaria de ter o mesmo destino de seus pais nem em sonho.
De repente, a garota acorda da visão, ainda gritando. Porém, o que sua mente havia imaginado parecia ter se tornado realidade: ela estava sentada na ponta do penhasco de Santalune. Porém, sozinha, ao relento, com apenas a lua lhe servindo de testemunha.


Continua!

2 comentários:

  1. Perfeito *-* Menino, eu amei esse capítulo, principalmente essa parte final foi tão mística, ela sonâmbula, achando que estava sonhando com as criaturas e um lugar distante e acorda em Santalune, ficou incrível, amei demais.
    Shauna na Team Flare foi muito legal, por que razão estará ela treinando lá? Será filha de alguma adm? Ou terá mais alguma razão? Os treinamentos parecem bem duros, gostei do clima de academia/colégio que você deu à base de treinos da Team Flare, a musica quando ela esteve a lavar o Furfrou foi um bom toque, senti bem a animação da coisa =P E agora aparece aquele Wall-E de cabelo verde, acho que vai ser amigo da Shauna e dar uns tapas naquela Astrid =D
    Anyway, continua ^^

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  2. Wally macho alfa chega na academia flare empurrando o general e dando uns pegas na Shauna -q
    Falando sério algo, adorei o capitulo, bem divertido e misterioso. O inicio foi bem engraçado com as trapalhadas da Shauna (rainha, diva, perfeita, Goomy) na academia Flare, mas o que me chamou mesmo a atenção foi o vínculo dela com a Furfrou, bem kawaii <3 E isso que ela mencionou da mãe nunca a ter visitado pode significar que a mãe dela é da Team Flare (Malva, falei para você não abandonar suas filhas sua loka) ou nada demais mesmo :# Me pergunto porque ela foi treinar lá, não parece ser má. Talvez apenas esteja interessada em continuar vivendo depois dos objetivos da TF se concretizarem para ela continuar sambando na Astrid. Já vou começar a teorizar!
    Mas minha parte preferida foi mesmo o final, o sonho da Yvi foi bem intrigante e a forma como você narrou + a música + o ar de mistério e de que alguma coisa vai acontecer foi perfeita. Essa fanfic acabou de subir mais um degrau na minha lista de preferidas <3 Muito ansioso para ver o que acontece agora, minha teoria é que todos vão juntar dinheiro, comprar nutella e não dividir com a Astrid, que vai se jogar do penhasco de Santalune irritada. Faz todo o sentido, né? Continua *-*

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