Capítulo 7 - De Volta à Vaniville! A Batalha Começa!

Voltamos os olhos para a casa da Senhora Hayashi, avó de Marina. Lá, a garota de longos cabelos loiros que conhecemos por Yvi bebe um gole de chá quente, sentada em uma cadeira de madeira, coberta por uma manta e com os pés mergulhados numa bacia de água quente.

— Agora que já se sente melhor, nos conte tudo que aconteceu, Yvi!

— Marina, deixe de má educação, não vê que a menina precisa de repouso?

— Tudo bem, dona Hayashi, acho que já estou me sentindo melhor.

— Viu só, vovó? 

— Hm, deixe-me ver. — A velhinha se aproxima de Yvi e põe a mão em sua testa. — A febre já está passando. Se quiser, pode contar, mas não faça muito esforço.

— Yay! — Marina comemora.

— Hehe, certo. Bem, se não me engano, tudo começou com um sonho muito estranho. Não me lembro de muita coisa, só de dois bichos que se assemelhavam a um veado e a um dragão.

— Hey, isso me lembra a lenda dos lendários de Kalos, que estudei na escola.

— Lendários? Acho que não, nunca vi nenhum desenho deles ou algo assim. Quer dizer, já ouvi falar, mas nunca bati meus olhos em suas figuras. Não tem como eu ter sonhado com eles.

— Mas--

— Marina, deixe de interromper a menina, — Hayashi interrompe a fala da neta, como se quisesse mudar o assunto da conversa — se ela diz que nunca os viu, então não adianta prolongar essa sua hipótese.

— Pardon, vovó. — Ela se desculpa, com a cabeça baixa.

— Não tem problema, senhora, sei que a Marina é meio danada às vezes, mas a hipótese dela foi até boa. Se eu me lembrasse como aqueles bichos eram, poderia confirmar essa ideia, mas me lembro muito pouco do sonho. — Ela tenta animar sua amiga, que, lhe ouvindo, levanta a cabeça com um sorriso tímido no rosto.

— Continue, amiga, s'il vous plait!

— Okay, vou continuar. A última coisa que me lembro desse sonho é de cair em um penhasco, puxada por um garoto que o rosto eu não conseguia ver de forma alguma. 

— O mesmo penhasco aonde você acordou?

— Oui, o penhasco onde meus pais morreram em um acidente de carro. Acordei gritando, sem saber como fui parar ali, então resolvi vir andando para a cidade. 

— Mocinha, essa ideia não foi nada boa, você poderia ter pegado um sério resfriado. — Hayashi lhe atenta. — Se o Senhor Mario não tivesse lhe visto na estrada quando passava de carro, as consequências seriam muito piores.

— Eu sei disso, senhora, mas eu estava desesperada, não conseguia pensar direito, só queria ficar bem longe daquele lugar horrível, que me traz péssimas recordações.

— Mas como você foi parar lá? — Marina a questiona.

— Não faço ideia... 

— Já me aconteceu de ter visto pessoas andando dormindo, aqui mesmo nesta cidade, se não me engano isso se chama sonambulismo. — A idosa explica.

— Pode ter sido isso, mas esse tipo de coisa nunca tinha acontecido comigo antes.

— Além disso, a distância da sua casa até a floresta é muito grande. Seria quase impossível ter chegado lá tão rápido.

— Bem--

— Chega, jovenzinhas, já conversaram demais por hoje.

— Ah não, vovó, deixe a Yvi contar mais, essa história é incrível!! — Marina pede, animadíssima.

— Nada disso, garotinha, está na hora de voltar pra cama.

— Acho que é o melhor a se fazer, Marina. Estou bastante cansada, preciso repousar.

— Se quiser, pode dormir aqui, minha filha. Ponho um colchão para você.

— Merci beaucoup. dona, mas estou com saudades da minha caminha, hehe.

— Entendo--

— Ah, deixe disso, Yvi! Nós podemos fazer uma festa do pijama! — Marina interrompe sua avó, se jogando em cima de sua amiga.

— Marina, chega, já pro quarto, agora!! — Hayashi se enraivece.

— Outro dia fazemos isso, amiga, prometo.

— Aff, suas chatas...

Depois de Yvi ter saído de sua casa, Hayashi volta para seu quarto, mas, antes de dormir, pensa consigo mesma.

— ''Não pode ser... Não pode ser ela...''

Capítulo 7 - De Volta à Vaniville! A Batalha Começa!

Temporada 1 - Arco 1 

Já em Lumiose, o ataque da misteriosa Team Flare prossegue.

— Sycamore, acho que está na hora de começarmos a lutar. — Diatha percebe a aproximação de alguns recrutas, que param na frente do palco onde ela e o Professor ainda estavam.

— Tem razão, é melhor prepararmos nossos Pokémon. Faz um bom tempo que os meus não entram em ação. — E assim o faz, tirando uma Pokéball de seu jaleco, e sendo acompanhado por Diantha.

Enquanto se posicionavam, o telão, que ainda transmitia o vídeo, explode atrás dos dois, os obrigando a pularem do palco em chamas.

— Eles realmente não estão para brincadeiras. — Diantha observa.

— Deduziram isso somente agora, velhos idiotas?

Afastado do palco, Looker observava tudo.

— Mas que droga! O infeliz conseguiu escapar mais uma vez, e ainda destruiu a única prova que eu tinha contra ele e contra seus capangas. Preciso sair daqui, antes que me peguem.

— Acho que você fugir está fora de hipóteses, espertinho. — Um dos bandidos o descobre, acompanhado por um cachorro com chifres furioso.

— ''É melhor o Cassius chegar logo, ou terei de usar você, amigo.'' — Ele pensa, olhando para uma Pokéball no bolso de seu casaco.

— Mon Dieu, o que foi isso?! — Trevor, do outro lado do Teatro, se assusta, assim como seus dois amigos, que estavam juntos de si.

— Pessoal, vamos sair daqui enquanto ainda há tempo, ou vamos nos dar mal! — Tierno tremia vendo alguns homens de laranja correndo em direção aonde estavam.

— Concordo.

— Nada disso, precisamos agir! — Xavier não tirava essa ideia da cabeça.

— Então me diga, senhor salvador da pátria, aonde vai arranjar um Pokémon para você? Eu e Trevor temos os nossos, são fracos, mas temos!

— Argh, eu não sei... 

Ao passo que tentava pensar em alguma estratégia, antes dos vilões chegaram até si, o garoto avista uma Pokéball rolando no chão.

— Guys, acho que tirei a sorte grande!

De repente, todos ali presentes, inclusive Looker, que era encarado pelo Flare que o desafiara, são surpreendidos por um bando de punks, que invadem o local pelo teto.

— A ajuda chegou, monsieur Looker! — A de cabelo rosa, que havia colocando o pen drive no telão agora em chamas, anuncia a chegada de sua trupe.

— Parece que mais arruaceiros chegaram para a bagunça.

— Esses parecem estar do lado do criminoso foragido.

— Acho que vamos ter que esquecer um pouco dos outros e nos concentrar na batalha que está prestes a começar.

— Oui, vamos terminar logo com isso, saia, Staraptor!

Augustine tira uma esfera de seu bolso e a lança no ar, apertando o botão em seu centro. Dela sai uma espécie de ave majestosa, com uma franja vermelha e enormes asas.

~Staarrrrrrr!

— Gardevoir, conto com você! — Diantha faz o mesmo, liberando seu Pokémon.

~Voir!

 

— Enfim vamos começar o combate. Saiam! 

Os recrutas também lançam suas Pokéball, liberando um morcego de boca enorme e uma hiena.

~Gol, golbat!

~Grrrrrrr!

— Hey, vejam, o Professor e a Campeã já vão começar a batalhar.

— Sim, e parece que não temos mais para onde correr. — Trevor pondera, percebendo que três dos criminosos haviam parado na frente dele e de seus amigos.

— Bonjour, crianças! Acho que não foi uma boa ideia terem ficado para presenciar o espetáculo, oui? — A única garota do trio zomba, acompanhada por um cachorro negro com ossos expostos por todo o corpo, deixando os dois paralisados.

*Glup* — Ele engasga.

Enquanto Trevor e Tierno eram intimidados pelos dois, Xavier corria até a Pokéball que tinha avistado. Depois de a ter pego, ele volta para onde seus parceiros estavam e percebe o que se passava por ali.

— Hey, o que querem aqui, bandidos inúteis?!

— Veja só se não é mais um pirralho intrometido. Quer mesmo saber o que desejamos fazer? — Ela pergunta, enquanto seu Pokémon rosnava e os outros dois grunts que a acompanhavam se preparavam para por os seus em ação.

— Xavier, seu idiota, o que está fazendo? — Trevor sussurra, preocupado, mas logo vê o objeto na mão do amigo, que parecia pronto para batalhar, mesmo nunca o tendo feito. — ''Isso não vai dar certo...''

Com Looker e seu bando, a situação não era diferente. Os seis se encontravam cercados por vários dos inimigos de laranja, que também estavam equipados com monstros de bolso.

— Looker, você tem um Pokémon consigo, certo? — O punk, acompanhado por um corvo, pergunta para o detetive.

— Hm, sim, por quê?

— Veja quantos capangas temos aqui, se você não usar o seu, iremos ficar em desvantagem.

— Mas o Capitão me serve apenas para investigações, nunca o usei em batalhas... 

— Para tudo sempre se tem uma primeira vez.

— Bem, se não temos outra opção...

—...conto com você, Capitão!

~Crooooooa! — Um sapo de bochechas laranjas, cintura enfaixa e chapéu de policial é libertado do seu local de confinamento, com a pata erguida como sinal de continência.

Voltamos nossas atenções para os três jovens intrusos no combate ente forças do bem e do mal, que acabam de lançar suas Pokéballs. Tierno e Trevor liberam seus mascotes, enquanto Xavier, ainda sem saber qual monstrinho estava contido dentro da esfera que havia pego por acaso, arrisca a sorte e faz o mesmo.

— Squirtle, vamos dar nosso melhor! 

~Squirtle, squirtle! — Uma tartaruguinha azul sai do objeto fazendo alguns passos de dança, assim como seu treinador.

— Vamos ter que vencer nossos medos, saia, Scatterbug!

~Bug?~ — O bichinho se assusta, correndo para detrás das pernas de seu treinador.

— Err... isso vai ser difícil...

— Vamos ver o que temos aqui. Saia... err... quem estiver aqui dentro!

~Fro?

— Que Pokémon é esse? — Tierno pergunta.

— É um Froakie, um dos Pokémon dados pelo Professor Sycamore aos alunos que partem em jornada para completar sua Pokédex. — Trevor explica.

— Wow, que legal, é uma das espécies que a Diantha havia me falado. Então, Froakie, está preparado?

~...

— Ele não parece estar muito animado...

— Uma tartaruga que não consegue ficar parada, uma lagarta medrosa e um sapo desobediente. Haha, isso vai ser mais fácil do que pensávamos, meninos. — Um dos bandidos que os desafiara zomba com seus parceiros, lhes tirando risadas, enquanto arruma seu cabelo.

— Ao menos vamos nos divertir um pouco, Hahahaha! 

É então que os dois homens do trio, que ainda não haviam liberado seus Pokémon, lançam suas Pokéballs para o ar. Delas saem uma água-viva e uma ratazana de dentes enormes.

~Inkay!

~Raaaaatta!

Em um lugar desconhecido de Kalos, um homem gordo e branco observa tudo o que acontecia no Teatro através de uma câmera instalada no mesmo.

— Vejamos se não é o mesmo garoto que salvou a Campeã do Rotom. Parece que ele está tentando atrapalhar nossos planos novamente, mas agora acompanhado de outros dois moleques. 

— Vai fazer alguma coisa com ele, chefe?

— Depende. Se eu perder a paciência, acho que não terei outra escolha.

Continua!